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esperança

Um dia de praia

outubro 15, 2018 0 comentários

“Atentei para todas as obras que se fazem debaixo do sol, e eis que tudo era vaidade e correr atrás do vento” Ec 1:14

Certa vez estava na praia e , observei uma família que chegou e se assentou próxima da minha barraca.

Era um lindo dia de sol. A mão forte e firme do pai levava uma pequena criança, talvez 5 ou 6 anos,  até a areia.  Ela logo se entreteve com todos os brinquedos que havia levado em uma grande bolsas dessas do tipo de sacolão. Ela brincou por muito tempo na areia … construiu castelos, pontes e passagens secretas cavando o chão como um tatu.  Conheceu outras crianças, de algumas ficou mais próxima e quase parecia que se conheciam há muito tempo, enquanto que de outras,  brigou, se desentendeu se afastou.  Em alguns momento do dia, por causa do forte sol ela precisou ficar na sombra. Parecia quase um castigo … queria logo sair mas o seu pai não a deixava.

Por falar no pai, ele foi sempre uma pessoa presente, mesmo quando a criança estava distraída com outras coisas. Ele passou protetor solar no corpo todo enquanto ela agachada enchia um balde com água. Ele deu muito líquido e obrigou a pequena criança parar, em alguns momentos, para comer. Mesmo brincando na beira do mar, os olhos atentos e decididos do seu pai nunca se cansaram de a vigiar.

O dia foi terminando, a praia já estava vazia e o sol começava o seu caminho para se esconder no horizonte. Escutei a voz do pai chamando o seu filho: era hora de ir embora. Após arrumar todas as coisas o pai pegou o seu filho pela mão e começaram o caminho da partida. Enquanto iam embora, a criança olhou para trás e viu que o seu lindo castelo todo murado e bem trabalhado agora estava sendo destruído pelo mar. Todos os vestígios de que ele estivera ali estavam sendo rapidamente apagados pela maré que começava a subir. Ao contrário do que imaginei, a criança não chorou, parecia que ela entendeu que as coisas da praia ficam na praia. E que apesar de toda a diversão do dia ali não era a sua casa.

Então, finalmente, vencida pelo cansaço do dia, a criança dormiu em paz, tranquilamente, no colo do seu  pai.

Naquele dia, compreendi uma lição importante. Tudo em nossa vida, todas as obras, empreendimentos, afazeres, patrimônio, bens,  e trabalhos que gastamos tanto tempo de nossa energia, é como se tudo fosse uma experiência na praia. É tudo feito de areia. Todas essas coisas irão passar. A mesma mão que me leva para a praia um dia também me levará embora dela.  Aprendi que, mais cedo ou mais tarde, as ondas do tempo virão e apagarão tudo aquilo que fiz debaixo do sol.  

Eu entendi, que quando isso acontecer, somente aquele que está no colo de Deus será capaz de gozar de um  perfeito descanso.

“Lembra-te do teu criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais dirás: Não tenho neles prazer (…)  antes que se rompa o fio de prata e se despedace o copo de ouro, e se quebre o cântaro junto à fonte, e se desfaça a roda junto ao poço, e o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus que o deu.”Ec 12: 1, 6,7

 

Esperança

dezembro 31, 2017 0 comentários

“Quero trazer à memória o que me pode dar esperança(…) “A minha porção é o SENHOR, diz a minha alma; portanto, esperarei nele.” Lamentações 3:21,24

Continuo tentando “levar cativo todo pensamento à obediência de Cristo” (II Co 10:5). A força opressora e modeladora do sistema babilônico tenta modelar meus principios, valores, hábitos e costumes. Meus olhos param de olhar para o alvo e passo a almejar pequenos “prazeres transitórios da carne” que não podem me satisfazer plenamente.

Nestes últimos dias, quando a minha esperança se perde fora de Cristo, leio o pensamento de um irmão chamado W. Graham Scroggie. Hoje, gostaria de compartilhar seu pensamento:

“Cada situação neste mundo é definido como: certo ou errado, verdade ou
mentira, luz ou trevas, santo ou profano, justo ou iníquo, céu ou inferno, de
Cristo ou de Satanás. E constantemente surgem forças malignas para o
combate: Babilônia, a Besta, o Falso Profeta e o Diabo parecem dominar o
mundo. Quando esse tipo de pensamento nos oprimir, devemos voltar ao
Apocalipse para lê-lo novamente. Lá, nós vemos que a Babilônia cairá por terra
destruída, que a Besta e Falso Profeta serão lançados no lago de fogo, e que
Satanás será atirado para dentro do abismo. Não haverá mais o errado, as
trevas, o pecado, a iniqüidade, o inferno mas a vitória será do certo, da luz, da
santidade, do céu e de Cristo.A cabeça que foi coroada com espinhos na terra, será coroada com muitos
diamantes. “O Reino do mundo tornou-se de nosso Senhor e do seu Cristo e
Eles reinarão para sempre e sempre.”

A visão final não é a de Atenas e sua filosofia, nem da Babilônia e sua luxuria,
nem de Roma e seu poder, nem de Paris e sua moda nem de Nova York e seu
comércio, nem de Londres e seu esplendor. Mas vemos a Nova Jerusalém que
se ergue com seu testemunho. Meretrizes, bestas, demônios, sapos, gafanhotos
e serpentes foram lançados para fora da cidade. E o Cordeiro que foi imolado
está no trono do universo e reinará para sempre triunfantemente.

Assim termina a revelação de Deus para o homem. História que começou em um
jardim e terminou numa cidade. E, entre esses dois cenários se ergueu uma cruz. E, através
da obra nessa cruz, a tragédia do jardim transformou-se no triunfo da cidade.”

São nossas ações, não o nosso discurso, que revelam a quem realmente servimos e o que realmente nos importa. O que me faz perder o sono? Quando meu coração sonha aonde meus sonhos costumam pousar? Aonde encontro verdadeiro gozo e paz? Sejamos sinceros, o que é ou quem é a nossa esperança?

“E eu, Senhor, que espero? Tu és a minha esperança.” Salmos 39:7

Mula sem cabeça

agosto 23, 2010 0 comentários

“Não podem os olhos dizer à mão: Não precisamos de ti; nem ainda a cabeça, aos pés: Não preciso de vós.” I Coríntios 12:21 

Talvez a eclesiologia (doutrina sobre a igreja) seja um dos assuntos mais frágeis da teologia cristã. Mesmo após a importante reforma proposta pelo movimento protestante, muitos valores espirituais da Igreja como a expressão corporativa de Jesus Cristo ainda permanecem relegados a um segundo plano como se fossem um assunto menor. Tal debilidade na correta compreensão do papel da Igreja tem gerado muitas aberrações tanto no evangelho pregado quanto na vida vivida.

Cada vez mais tenho ouvido um discurso atraente de um cristianismo sem vida de Igreja. A intuição pessoal e o exercício individual da “espiritualidade” é o tema da moda que atrai a muitas pessoas que desiludidas com os outros (nunca consigo mesmas) optam em seguir um caminho solitário: dizem que amam a Jesus mas não amam a Igreja – que é o Seu corpo.

As escrituras usam muitas figuras para nos demonstrar como a relação entre a Igreja e Cristo é impossível de ser separada. Proponho abaixo três figuras usadas por Paulo no livro de Efésios fazendo referencia ao tripé: esperança, fé e amor (I Co 13:13).

Esperança. A Igreja é como uma noiva que espera a chegada do amado noivo para as bodas de casamento. O Senhor Jesus “amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela, para que a santificasse, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga nem cousa semelhante, porém santa e sem defeito. (5:25-27)” Como será possível não amarmos a quem o nosso noivo ama tanto? Não despreze a noiva de Cristo; ela é a sua amada e Ele está trabalhando para desposá-la.

. A Igreja também é a casa de Deus (3:19-21) sendo que o Senhor Jesus é o alicerce da casa. Ninguém lança os alicerces em um terreno se não for para construir algo em cima dele. Uma casa além de proteger aos que estão dentro também serve de testemunho para os de fora. Quando as “pedras vivas” (I Pe 2:5)obedecem pela fé a doutrina dos apóstolos então um testemunho se ergue para o mundo aonde Cristo Jesus é o único alicerce: “a qual a casa somos nós, se guardamos firme até ao fim a ousadia e a exultação da esperança” (Hb 3:6).

Amor. Somos também um corpo aonde Cristo é a Cabeça (5:23). É através do Corpo que os membros demonstram amor mútuo cuidando e alimentando uns aos outros reciprocamente. Através da obediência a Cristo como o Cabeça, somos conduzidos, por Ele, na árdua tarefa de suportarmos e protegermos aos outros membros. “Porque ninguém jamais odiou a sua própria carne, antes a alimenta e dela cuida, como também Cristo o faz com a igreja; porque somos membros do seu corpo” (5:29 – 30).

É impossível separar Cristo da Igreja. Quando buscamos caminhos alternativos para a nossa peregrinação naufragaremos tanto na fé como na esperança e no amor. Porque esses elementos, necessariamente, florescem e são renovados no estreito e árido caminho da comunhão dos santos. Não existe um noivo sem uma noiva. Ninguém lança um alicerce para não construir nada em cima. Não existe uma cabeça flutuando por aí sem um corpo. Não existe cristianismo sem Igreja: “aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê” (I Jo 4:20).

Escrevendo esse pensamento me lembrei de uma personagem do folclore brasileiro: a “Mula sem Cabeça” um animal que ao invés de ter uma cabeça tem uma chama de fogo que sai do seu pescoço. Achei engraçado ter lembrado disso porque Davi nos adverte para não sermos sem entendimento como uma mula: “Não sejais como o cavalo ou a mula, sem entendimento, os quais com freios e cabrestos são dominados; de outra sorte não te obedecem” (Sl 32:9). Acredito que existem muitas “mulas” por aí que – por terem uma mente carnal deixaram de reter o cabeça (Cl 2:19) e, ficam cuspindo fogo de um lado pro outro assustando e perturbando todos ao seu redor. São mulas porque não aprendem. São sem cabeça porque não se submetem à Igreja – que é o Corpo de Cristo.

Pensando melhor. Não há nada de engraçado nisso.

“ Não deixemos de congregar-nos como é costume de alguns; antes, façamos admoestações, e tanto mais quanto vedes que o dia se aproxima.” (Hebreus 10:25)

Atalaia de Deus

junho 10, 2006 0 comentários
 “Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas, sobre a terra, angústia entre as nações em perplexidade por causa do bramido do mar e das ondas (…) Ora, ao começarem estas cousas a suceder, exultai e erguei as vossas cabeças; porque a vossa redenção se aproxima.” Lucas 21:25,28

Todos nós somos indesculpáveis diante de Deus. Nenhum homem poderá dizer diante do Tribunal do Trono Branco que não teve oportunidade em conhecer o verdadeiro Deus. “Porque os atributos invisíveis de Deus assim o seu eterno poder como também a sua própria divindade claramente se reconhecem desde o principio do mundo sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas (…) porém o homem desprezou o conhecimento de Deus” (Romanos 1:20,28).

A natureza sempre foi uma testemunha poderosa em declarar a existência de Deus e o seu poder. “Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras das suas mãos” (Salmos 19:1). Quando vejo um incrédulo admirado com o universo ou com a natureza fico tentando imaginar qual é o sentido dessa apreciação se isso não o levar a conhecer a Deus. Ao observarem o mesmo pôr do sol, um cristão e um incrédulo, deverão, necessariamente, possuir sentimentos diferentes. O Espírito ilumina os olhos do nosso coração para vermos além do visível. O que para os olhos naturais significa uma determinada coisa, para nós, o significado deve ser bem diferente.

Na passagem em Lucas, o Senhor Jesus afirma que os sinais e tragédias que ocorrerão no planeta deverão produzir sentimentos opostos em seus habitantes. Enquanto as nações ficarão angustiadas e perplexas, os peregrinos se alegrarão porque a redenção se aproxima. É o mesmo cenário, mas as reações são completamente opostas: angústia para as nações e alegria para a Igreja.

Não posso ficar sem meditar nesse estranho fenômeno: que tipo de sentimento é produzido no meu interior quando assisto ao tele-jornal ou quando leio as previsões pessimistas de um relatório ambiental? Perplexidade ou Exultação? Porque quanto mais as nações se assustarem com tsunamis, terremotos, camada de ozônio e outros tantos sinais, mais alegre eu deveria ficar. Porém, a incapacidade de se ver o que não se vê desperta na Igreja o mesmo sentimento que existe entre as nações. Assim como os gentios em Romanos 1, não teremos desculpas a dar a Deus diante de tantos sinais que Ele tem dado.

A Natureza serve a Deus como um Atalaia. A cada catástrofe, a cada sinal, ela tem tocado sua trombeta anunciando o poder de Deus. Se, por um lado, a natureza tem alertado as nações sobre a brevidade do juízo divino, por outro lado, tem fortalecido a fé dos santos lembrando-lhes da promessa de novos céus e nova terra.

Estamos atentos às advertências dessa fiel sentinela? Temos escutado sua trombeta?

“Assim diz o Senhor: Ponde-vos à margem no caminho e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho; andai por ele e achareis descanso para as vossas almas; mas eles dizem: Não andaremos.Também pus atalaias sobre vós, dizendo: Estai atentos ao som da trombeta; mas eles dizem: Não escutaremos.” Jeremias 6: 16-17

Porque o mundo não pode nos conhecer

junho 6, 2006 0 comentários

“Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, ao ponto de sermos chamados filhos de Deus; e de fato, somos filhos de Deus. Por essa razão o mundo não nos conhece, porquanto não o conheceu a ele mesmo.” I João 3:1

“E eu lhes tenho dado a tua palavra, e o mundo os odiou, porque eles não são do mundo, como também eu não sou.” João 17:14

Trazer à lembrança o meu chamamento celestial é um dos maiores desafios no meu dia-a-dia. Isso porque a tendência em apegar-me às coisas visíveis é absolutamente natural. O apóstolo Paulo alerta aos romanos do perigo da mente cristã ser modelada com os princípios e o caráter mundano (Romanos 12:2).

A Bíblia retrata esse mundo de uma forma crua e sem o romantismo tão peculiar de cristãos carnais amantes das coisas caídas. Este mundo tenebroso (Ef 6:12) rejeitou seu criador: “Estava no mundo, o mundo foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o conheceu” (João 1:10). Pior que isso, o mundo o odiou (João 15:18) amando as trevas mais do que a luz (João 3:19). O príncipe deste mundo (João 14:30) declarou guerra contra o Senhor Jesus e contra todos os seus redimidos. Quando perceberemos que estamos em um campo de batalha? Existe uma batalha ininterrupta pela minha mente, pelos meus desejos e pelo meu tempo. E, por mais que eu tente me enganar, não existe nenhuma atitude que seja neutra nessa terrível guerra pela minha vontade. Em cada segundo da minha vida, terei que optar pelo mundo ou por Deus; não há meio termo: “Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus” (Tiago 4:4).

O mundo não conheceu ao Senhor Jesus, antes matou o autor da vida (Atos 3:15). Da mesma forma, o mundo natural não pode compreender as coisas espirituais. Nós, peregrinos em terra estranha, nos movemos e falamos de coisas invisíveis para o mundo:
* Nossa pátria está nos céus (Filipenses 3:20).
* Nossa herança está reservada nos céus (I Pedro 1:4).
* Nosso chamamento é celestial (Hebreus 3:1).
* As nossas bênçãos não são materiais mas sim espirituais (Efésios 3:1).
* Estamos assentados em lugares celestiais em Cristo Jesus (Efésios 2:6).
* A nossa luta não é contra o sangue e a carne mas contra seres invisíveis nas regiões celestiais (Efésios 6:12).

Entristeço-me quando esqueço dessas verdades. Quando procuro o amor de quem me odeia, ou pior, de quem odeia ao meu amado Salvador. Quando tento transformar esse lugar de batalha em um lar agradável para minha habitação. Quando eu me torno indolente na luta incessante de resgatar e salvar vidas da condenação que virá sobre toda esta terra. Quando faço concessões ao príncipe deste mundo em detrimento às ordenanças do Príncipe da Paz.

Hoje, o mundo não pode nos conhecer. Mas chegará o tempo em que o Senhor Jesus tomará de volta o que lhe foi usurpado pelo Diabo. Naquele dia, “a terra se encherá do conhecimento da glória do Senhor como as águas cobrem o mar” (Habacuque 2:14). Os povos e as nações se prostrarão em reverência ao único e verdadeiro Rei desta terra.

Podem esperar. Esse dia não tarda em chegar.

“O Senhor será Rei sobre toda a terra; naquele dia um só será o Senhor e um só será o seu nome.” Zacarias 14:9