Herói
O verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade” João 1: 14
Assisti ao novo filme do Super-homem. Saindo do cinema, eu e minha esposa ficamos discutindo sobre o ideal de perfeição que o super-homem inspira em todos nós. Seus poderes são tão incríveis. Ele é capaz de tantas coisas fantásticas: poder voar, ter visão de raio-x, raio laser, super-força e tantos outros atributos que enchem os nossos olhos.
Conversando com a minha esposa não pudemos deixar de pensar na vida de nosso Senhor Jesus. Quando o Deus eterno,, o ser supremo, o motivo de toda a criação veio a esta terra, Ele não apareceu como um super-homem voando com uma capa. Ele não se apresentou como um alienígena de outro planeta que se difere dos homens; antes pelo contrario, “assumiu a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens, e, reconhecido em figura humana” (Fp 2:7). Através dos evangelhos, a Bíblia retrata a fantástica história do maior homem que pisou sobre essa terra. Mas, ao contrário dos super-heróis criados pela imaginação humana, a Bíblia nos fala de um homem extraordinariamente acessível e comum. O Senhor teve que trabalhar e foi reconhecido pela sua profissão de carpinteiro (Mc 6:3). O Senhor teve fome (Mt 4:2), teve sede (Jo 19:28) e dormia (Lc 8:23) como qualquer ser humano normal. O Senhor chorou ao ver o ambiente de tristeza pela morte de Lázaro (Jo 11: 35) e chorou quando chegou em Jerusalém (Lc 19: 41). Quando seus discípulos regressaram das cidades que foram enviados, o Senhor Jesus exultou (Lc 10:21). Não se privava do convívio social, pelo contrário, chegou a ser acusado de glutão e bebedor de vinho, amigo de publicanos e pecadores (Mt 11:19). Impressiona-me a humildade do Senhor: curou enfermos, deu visão aos cegos, ressuscitou mortos, alimentou às multidões, e, mesmo assim, nunca pediu qualquer reconhecimento por isso. Seus inimigos, o perseguiram incansavelmente, inventaram mentiras, subornaram pessoas, influenciaram o povo para crucificá-lo. E qual era a resposta do Senhor? Pedro, um dos discípulos mais próximos do Senhor, diz: “quando ultrajado, não revidava com ultraje, quando maltratado não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga retamente” (I Pe 2:23). A vida do Senhor Jesus trouxe essa estranha pergunta aos seus discípulos; como é que o Cristo, o messias prometido, poderia ser tão manso, tão humilde e tão simples? Em uma situação, quando uma pequena aldeia samaritana não quis receber o Senhor, seus discípulos desejaram que caísse fogo do céu para destruir tais incrédulos. A resposta do Senhor é tão surpreendente quanto reveladora: “o filho do homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las” (Lc 9: 51-56). O herói idealizado pelo homem é diferente de Deus.
Fico pensando se o Senhor Jesus fosse como o super-homem: quem de nós poderia voar ou usar a sua super-força? Qual homem poderia sonhar em ser como Ele? O Senhor Jesus fez coisas incríveis e sobrenaturais, porém todo o seu poder vinha de Deus e não dele mesmo. “o Filho nada pode fazer de si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai” (Jo 5:19). Ele mostrou ao homem comum como deveria ser a vida comum de um homem de Deus. A vida do Senhor Jesus não é apenas para ser estudada e admirada, mas também para ser vivida. A sua simplicidade, humildade e suas obras deveriam acompanhar a vida de todos os seus seguidores: “aquele que crê em mim, fará também as obras que eu faço, e outras maiores fará” (Jo 14:12).
Quem se compara ao Senhor Jesus? Além de ter salvado a humanidade, Ele ainda nos encoraja e capacita a sermos como Ele é. Quando olhamos para a vida de seus apóstolos, conseguimos perceber como eles foram transformados em “super-homens” também. Se quando eu era criança eu ficava sonhando com os heróis das revistinhas, hoje, ao conhecer o Rei do Universo e o Salvador da humanidade posso finalmente dizer que encontrei o meu herói.
“Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, eternamente, e ninguém os arrebatará da minha mão.” João 10:28
A qual deles seguirei?
“… mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque no dia em que dela comeres certamente morrerás” Gênesis 2:17
Assisti ao filme “Código Da Vinci” obra homônima do livro escrito por Dan Brown. Como eu não acompanhei de perto a polêmica gerada pelo livro, decidi, por minha conta e risco, ir ao cinema conferir as bobagens e heresias inventadas. Confesso que, quando se descortinou a base do enredo, fiquei envergonhado de estar ali calado ouvindo todas aquelas afrontas a respeito de Cristo. O filme apresenta um Jesus incapaz de tornar-se o Salvador e Senhor da humanidade. O vilão chega a dizer: “quero revelar quem foi Jesus para o mundo, para que a humanidade fique livre”.
Esse ponto me impressionou porque acredito que nele se resume a maldição que caiu sobre toda a raça adâmica: “Porque estava nu tive medo e me escondi” (Gn 3:10). O homem caído deseja fugir de Deus. “O perverso não investiga. Que não há Deus, são todas as suas cogitações” (Sl 10:4). O homem escolheu a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal e não comeu da Árvore da Vida. Desde então anda em busca de alguma direção que o possa convencer da não existência divina. Está a procura de alguma coisa, qualquer coisa, aonde espera preencher o buraco causado pelo pecado. A partir da luta travada no Éden, a antiga Serpente, concentra seus esforços em distrair a humanidade afastando-a de Deus. Ninguém está neutro dessa terrível influência, nem mesmo a Igreja.
Se o “Código Da Vinci” é fajuto, o mesmo não posso dizer do “Código do Diabo”. Ele planta sinais, símbolos, vocabulário, hábitos visando trazer uma falsa liberdade ao homem. Olhando ao meu redor, consigo perceber vários desses códigos operando incessantemente sobre minha vida. Eles tentam produzir em mim um sentimento de independência de Deus. Me faz acreditar que tenho condição de governar a minha vida: “Eu sou o senhor do meu destino o capitão da minha alma” já disse algum poeta enganado pela mentira diabólica. Alguns sinais são claros, outros são evidenciados apenas através da implacável luz da íntima comunhão com o Espírito Santo quando ilumina o que é verdadeiro (Jô 16:3).
Fico pensando no povo de Israel. Deus fez sinais e prodígios libertando-os da escravidão de faraó. No deserto, estendeu uma nuvem que lhes servisse de toldo, e um fogo para os alumiar de noite. Pediram e ele fez vir cordonizes e os saciou com pão do céu. Fendeu a rocha, e dela brotaram águas” ( Sl 105:39-41). E apesar de todas as bênçãos, o povo teve saudades da comida do Egito (Nm 11:4-5). Foram enganados e seduzidos pelo terrível “Código do Diabo”. Eles se arrependeram de ter seguido a Deus. Buscavam uma liberdade sem Deus que jamais encontrariam. Pior do que o incrédulo que resiste à verdade, é o cristão que volta a ser enganado ( II Pedro 2).
Após assistir ao filme, fui tentado a criticar a cristandade. Afinal de contas, para que tanto empenho em provar que Jesus é Deus se, na prática, não o obedece como tal? Mas, tive que me render, e reconhecer que essa pergunta eu deveria fazê-la para mim. A minha vida tem sido coerente com qual desses caminhos? Tenho reconhecido apenas teoricamente a existência divina de Cristo? Estou disposto a abrir mão do meu futuro, da minha independência para sujeitar-me inteiramente ao Seu senhorio? O meu vigor, força e tempo proclamam qual desses caminhos? Jesus como Senhor ou Jesus como uma farsa? Em qual deles acreditarei? A quem seguirei?
“Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o.” I Reis 18:21