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Vencedores

julho 31, 2006 0 comentários

“Muitos primeiros serão últimos; e os últimos, primeiros” Mateus 19:30

Quando eu tinha 15 anos passei assistir basquete. Desde então me tornei fã do jogador Michael Jordan (considerado o Pelé do basquete). Tantas vitórias, tantos títulos. Cestinha por tantos anos. Detentor de tantos recordes. Sem dúvida foi um grande vencedor. Ao longo de sua carreira, o seu nome tornou-se sinônimo de sucesso e talento. Grandes empresas pagavam fortunas para terem sua marca ligada ao do astro e como recompensa contabilizavam grande lucro com a venda dos seus produtos. Há muito tempo, o marketing descobriu que o mundo carece de ídolos. Aqueles que são considerados vencedores serão imitados e amados. Isso porque, todo homem tem em seu intimo o desejo ardente de ser um vencedor.
O Diabo, pai da mentira, conseguiu imprimir um modelo de vencedor muito diferente do vencedor aos olhos de Deus. Para o mundo, um vencedor deve possuir muito dinheiro e bens. Nunca entra em nada para perder, mesmo que com isso ele roube, minta, e pise em outras pessoas. Além de poder e riquezas, um vencedor também deve possuir uma beleza física irrepreensível. Porém, tudo que o mundo define como sucesso se mostra totalmente fútil diante do julgamento divino que virá em breve: “Mas o que fareis vós outros no dia do castigo, na calamidade que vem de longe? A quem recorrereis para obter socorro, e onde deixareis a vossa glória? Nada mais vos resta a fazer senão dobrar-vos entre os prisioneiros e cair entre os mortos” (Is 10:3-4).


A Bíblia, o livro dos livros, ao relatar a história da humanidade, revela a perspectiva de Deus a respeito dos seus vencedores. Muitos deles poderiam ser rotulados negativamente e, aos olhos humanos, nunca seriam vistos como vencedores. Penso em João Batista, o arauto do Rei. João andava sozinho, vivia no deserto e nunca se conformou com a religiosidade hipócrita da época. Sua alimentação era peculiar: gafanhotos e mel silvestre. Vestia-se de maneira simples e foi taxado de endemoninhado. Por não concordar com a união ilícita do Tretarca Herodes com a cunhada, foi perseguido, preso e, finalmente, teve sua cabeça entregue num prato como presente para essa perversa mulher. Mas o que o Senhor disse a respeito de João? “ Entre os nascidos de mulher, ninguém apareceu maior do que João Batista” (Mt 11:11). Definitivamente os vencedores de Deus são bem diferentes dos vencedores do mundo.

Quando penso nessa verdade fico envergonhado em reconhecer que, muitas vezes, a minha referência de sucesso assemelha-se mais com os padrões do mundo do que com os padrões celestiais. Toda vez que esqueço dessas verdades eternas, cometo o terrível erro de rotular perdedores em vencedores. Inconscientemente, acabo imitando esses falsos vencedores e desprezo a vida e o exemplo dos verdadeiros vencedores.

É incrível perceber que Deus também tem seus heróis (Jz 5:23). E, para os súditos do Rei, não existirá maior glória ou honra do que ser chamado de vencedor por aquele que venceu. Diante da iminente aparição do iníquo, cabe a nós optarmos pelo caminho apertado da vida piedosa desapegada desse mundo que agrada tanto ao nosso Deus. Acredito que a chave do sucesso para qualquer cristão, já foi citada por João Batista:

“Convém que Jesus cresça e que eu diminua.” João 3:30

Herói

julho 24, 2006 0 comentários

O verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade” João 1: 14

Assisti ao novo filme do Super-homem. Saindo do cinema, eu e minha esposa ficamos discutindo sobre o ideal de perfeição que o super-homem inspira em todos nós. Seus poderes são tão incríveis. Ele é capaz de tantas coisas fantásticas: poder voar, ter visão de raio-x, raio laser, super-força e tantos outros atributos que enchem os nossos olhos.

Conversando com a minha esposa não pudemos deixar de pensar na vida de nosso Senhor Jesus. Quando o Deus eterno,, o ser supremo, o motivo de toda a criação veio a esta terra, Ele não apareceu como um super-homem voando com uma capa. Ele não se apresentou como um alienígena de outro planeta que se difere dos homens; antes pelo contrario, “assumiu a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens, e, reconhecido em figura humana” (Fp 2:7). Através dos evangelhos, a Bíblia retrata a fantástica história do maior homem que pisou sobre essa terra. Mas, ao contrário dos super-heróis criados pela imaginação humana, a Bíblia nos fala de um homem extraordinariamente acessível e comum. O Senhor teve que trabalhar e foi reconhecido pela sua profissão de carpinteiro (Mc 6:3). O Senhor teve fome (Mt 4:2), teve sede (Jo 19:28) e dormia (Lc 8:23) como qualquer ser humano normal. O Senhor chorou ao ver o ambiente de tristeza pela morte de Lázaro (Jo 11: 35) e chorou quando chegou em Jerusalém (Lc 19: 41). Quando seus discípulos regressaram das cidades que foram enviados, o Senhor Jesus exultou (Lc 10:21). Não se privava do convívio social, pelo contrário, chegou a ser acusado de glutão e bebedor de vinho, amigo de publicanos e pecadores (Mt 11:19). Impressiona-me a humildade do Senhor: curou enfermos, deu visão aos cegos, ressuscitou mortos, alimentou às multidões, e, mesmo assim, nunca pediu qualquer reconhecimento por isso. Seus inimigos, o perseguiram incansavelmente, inventaram mentiras, subornaram pessoas, influenciaram o povo para crucificá-lo. E qual era a resposta do Senhor? Pedro, um dos discípulos mais próximos do Senhor, diz: “quando ultrajado, não revidava com ultraje, quando maltratado não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga retamente” (I Pe 2:23). A vida do Senhor Jesus trouxe essa estranha pergunta aos seus discípulos; como é que o Cristo, o messias prometido, poderia ser tão manso, tão humilde e tão simples? Em uma situação, quando uma pequena aldeia samaritana não quis receber o Senhor, seus discípulos desejaram que caísse fogo do céu para destruir tais incrédulos. A resposta do Senhor é tão surpreendente quanto reveladora: “o filho do homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las” (Lc 9: 51-56). O herói idealizado pelo homem é diferente de Deus.

Fico pensando se o Senhor Jesus fosse como o super-homem: quem de nós poderia voar ou usar a sua super-força? Qual homem poderia sonhar em ser como Ele? O Senhor Jesus fez coisas incríveis e sobrenaturais, porém todo o seu poder vinha de Deus e não dele mesmo. “o Filho nada pode fazer de si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai” (Jo 5:19). Ele mostrou ao homem comum como deveria ser a vida comum de um homem de Deus. A vida do Senhor Jesus não é apenas para ser estudada e admirada, mas também para ser vivida. A sua simplicidade, humildade e suas obras deveriam acompanhar a vida de todos os seus seguidores: “aquele que crê em mim, fará também as obras que eu faço, e outras maiores fará” (Jo 14:12).


Quem se compara ao Senhor Jesus? Além de ter salvado a humanidade, Ele ainda nos encoraja e capacita a sermos como Ele é. Quando olhamos para a vida de seus apóstolos, conseguimos perceber como eles foram transformados em “super-homens” também. Se quando eu era criança eu ficava sonhando com os heróis das revistinhas, hoje, ao conhecer o Rei do Universo e o Salvador da humanidade posso finalmente dizer que encontrei o meu herói.

“Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, eternamente, e ninguém os arrebatará da minha mão.” João 10:28