No passo dos meninos
” e, assim, habite Cristo no vosso coração, pela fé, estando vós arraigados e alicerçados em amor, a fim de poderdes compreender, com todos os santos, qual é a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade e conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que sejais tomados de toda a plenitude de Deus.” Efésios 3: 17 – 19
Essa é uma de algumas das orações de Paulo registradas na bíblia pelo Espírito Santo. É um privilégio termos esses registros para entendermos o que levava os grandes homens de Deus a dirigirem seus pedidos a Deus em favor dos seus irmãos. Aqui Paulo diz que se colocava de joelhos diante do Pai fazendo um pedido muito especial em favor dos Efésios. Ele orava para que os seus irmãos pudessem compreender e conhecer, com todos os santos, o amor de Cristo. E essa expressão, com todos os santos, com o tempo foi se tornando uma chave de fé importante pra mim.
Viver unido com outros irmãos não é um fenômeno social é um milagre espiritual. Porque na experiência da comunidade enquanto lidamos com pessoas que empilham vários doutorados outras pessoas não sabem sequer ler. Convivemos com pessoas de muitos recursos e posses e outras que quase nada tem. Pessoas extrovertidas, Pessoas tímidas. Pessoas que foram amadas e bem criadas por seus pais enquanto outras pessoas sequer sabem o nome do seu pai. E todas essas pessoas, de diferentes origens, raças e costumes, agora estão juntas, ligadas e unidas por uma só fé. Todas se perceberam compradas pelo sangue de Cristo e o confessam como o seu Senhor.
É natural que desencontros, brigas, decepções, frustrações aconteçam dentro da nossa experiência de igreja. Mas me parece que existe um ponto que precisa ser inegociável no nosso entendimento: nós devemos prosseguir juntos – com todos os santos. A vida cristã não se vive isolada ou fazendo escolhas seletivas dentro da irmandade. A vida cristã se vive coletivamente aceitando, com alegria, a honra de servir e ser servido por outros peregrinos que estão trilhando o mesmo caminho em direção ao lar eterno.
Você se lembra quando Jacó se reencontrou com o seu irmão Esaú. Ele disse ao seu irmão quando eles iniciaram uma caminhada em Gn 33: 13 – 14: “Meu senhor sabe que estes meninos são tenros, e tenho comigo ovelhas e vacas de leite; se forçadas a caminhar demais um só dia, morrerão todos os rebanhos. Passe meu senhor adiante de seu servo; eu seguirei guiando-as pouco a pouco, no passo do gado que me vai à frente e no passo dos meninos, até chegar a meu senhor, em Seir.”
A velocidade da nossa jornada comunitária não é ditada pelos mais rápidos ou mais fortes mas se dá pelo passo dos meninos. Não abandonamos o rebanho para que ele seja devorado pelos lobos, antes, pelo contrário, prosseguimos sempre juntos nos protegendo e nos abençoando mutuamente. E, através desse exercício de se importar com o próximo, o Senhor vai destruindo nosso egoísmo, ambições e pretensões e vai produzindo paciência, longanimidade e humildade. Vamos descobrindo que o mais importante da nossa jornada são as pessoas que fazem parte dela.
E, é justamente neste ponto, que me parece existir um segredo espiritual onde Paulo investiu a sua oração aos efésios: algumas facetas do amor de Cristo só serão compreendidas quando nos dispomos a andar em unidade com os irmãos. E andando dessa forma seremos tomados de toda a plenitude de Deus … Será que Paulo se empolgou com as palavras? TODA a PLENITUDE de DEUS!! Será que pessoas como eu podem alcançar tal privilégio? Será que tal realidade não é uma situação infinitamente impossível para nós?
Não, Paulo sabia exatamente o que estava falando … porque assim ele termina a sua oração:
“Ora, àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós, a ele seja a glória, na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre. Amém! Efésios 3: 20 – 21
Idolatria Cristã
“ Removeu os altos, quebrou as colunas e deitou abaixo o poste-ídolo; e fez em pedaços a serpente de bronze que Moisés fizera, porque até àquele dia os filhos de Israel lhe queimavam incenso e lhe chamavam Neustã.” II Rs 18:4
Conhecemos a história de quando o Senhor Deus ordenou Moisés levantar uma serpente de bronze no deserto, para que todo aquele tivesse sido envenenado pelas picadas de serpentes fosse sarado. Claro que associamos essa passagem como uma figura que apontava para a obra do Senhor Jesus. O Deus que se fez carne e que foi reconhecido em figura humana foi levantado da terra para que toda a humanidade pudesse ser curada do veneno do pecado. É isso que o próprio Senhor diz em uma das passagens mais conhecidas de toda a bíblia: “e do modo porque Moisés levantou a serpente no deserto, importa que o filho do homem seja levantado para que todo aquele que nele crê tenha a vida eterna. Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. “ João 3: 14 – 16
E é diante desse contexto que chegamos nessa curiosa passagem de II Reis, onde ficamos sabendo que os filhos de Israel passaram a queimar incenso e a adorar a serpente de bronze. Mas, quando o Rei Ezequias iniciou um avivamento espiritual, ele condenou essa prática. E da mesma forma que ele destruiu o poste-ídolo e os altos, ele também destruiu a serpente de bronze.
Uma dúvida que talvez alguém possa ter é a seguinte: se a serpente de bronze é uma figura de Cristo – porque Deus condenou o seu culto e adoração? Como podemos entender o significado dessa situação em que a Serpente foi destruída?
Para tentar responder essa pergunta, penso que precisamos entender como funciona a mecânica fundamental das religiões. Imagine uma pessoa que deseja se relacionar com uma entidade. Naturalmente, essa pessoa vai buscar compreender quais são os ritos e cultos que ela precisa prestar para receber o bem ou, em muitos casos, para não receber o mal de quem ela entrega a sua devoção. Então ela vai até um templo, um monte, uma encruzilhada ou um terreiro e presta suas oferendas, realiza seus sacrifícios e faz seus votos. Mas, perceba, a entidade fica lá e a pessoa fica aqui. É a pessoa que define e escolhe quando ir até o local considerado sagrado para consultar ou adorar essa tal divindade. Sendo assim, o homem sempre continua no centro decidindo os meios, a forma e os critérios em que ele estabelece o contato com a dimensão espiritual.
Me parece que tal prática pode acontecer na nossa experiência com Cristo. Nós vamos até um local, achamos que o Senhor Jesus estava ali a semana inteira, nos esperando, ansioso para ouvir nossas músicas e receber nossas ofertas e assistir nossa performance. Depois, então, vamos embora desse local e o deixamos ali sozinho aguardando o nosso próximo culto. Fazendo assim, o reduzimos a um ídolo. Usado e acionado por nós quando desejamos e, na maior parte do tempo, ele está muito distante do nosso cotidiano e do nosso coração. Assim como aconteceu com Israel, de vez em quando queimamos incenso a ele nos lembrando de alguma coisa boa que Ele fez por nós, lá atrás, em um passado muito distante.
O único Deus Eterno e Real aquele que criou e sustenta todas as coisas pela palavra do Seu poder jamais aceitará tal relação. Deus não está ali e eu aqui. Deus não habita em nenhuma casa feita por mãos humanas. Mas Deus habita dentro de nós por meio do seu Espírito Santo. E agora estamos unidos em Cristo para sempre. Ele é Deus, Ele é o centro e não o homem. Não é Ele que existe para me servir, sou eu que existo para serví-lo. Não é Ele que está à minha disposição sou eu quem estou à disposição Dele. Sendo assim, é o Senhor Jesus quem me aciona e me usa conforme a sua perfeita vontade. E ele deixou isso absolutamente claro, não fez nenhum rodeio, quando disse em Lucas 14:26 : “Se alguém deseja seguir-me e ama a seu pai, sua mãe, sua esposa, seus filhos, seus irmãos e irmãs, e até mesmo a sua própria vida mais do que a mim, não pode ser meu discípulo.”
Quando somos reavivados pelo poder de Deus todos os ídolos são destruídos – até mesmo aqueles que aparentam nos levar ao próprio Deus. Isso porque Vida cristã não é uma vida aprimorada por meio de práticas religiosas. É uma vida substituída onde o próprio Senhor Jesus vive em mim e eu vivo por meio Dele.
” Nisto se manifestou o amor de Deus em nós: em haver Deus enviado o seu Filho unigênito ao mundo, para vivermos por meio dele.” I João 4:9
Pessoas melhores do que você
“Quem és tu que julgas o servo alheio? para o seu próprio senhor está em pé ou cai. Um faz diferença entre dia e dia; outro julga iguais todos os dias. Cada um tenha opinião bem definida em sua própria mente. Quem distingue entre dia e dia, para o Senhor o faz; e quem come para o Senhor o come. Tu porém, por que julgas a teu irmão? e tu porque desprezas o teu? pois todos compareceremos perante ao tribunal de Deus.” Rm 14: 4 – 10
Vivemos em uma época de muitas possibilidades doutrinárias e teológicas. Ao se multiplicar o acesso ao conhecimento e a informação múltiplos caminhos de interpretação bíblica também foram surgindo. Ao tentar compreender a expressão e a revelação de Deus, eu e você, podemos ir para caminhos opostos. Um crê na Teologia da Aliança, outro é dispensacionalista ou um outro acredita na Teologia das Múltiplas Alianças. Isso faz com que interpretemos questões como dízimo, sábado, sacerdócio ou ritos de formas bem diferentes.
Veja bem, é muito importante que você tenha clareza no que você crê. É como Pedro diz: “que devemos estar sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós” I Pe 3:15. Devemos ter as nossas convicções, afinal, prestaremos conta da nossa consciência diante do Senhor. A minha observação não está no fato de você ter firmeza nas suas crenças mas é o perigo de perdermos o nosso coração quando temos que lidar com irmãos que pensam e vivem de forma diferente do que acreditamos ser o correto.
Nossa soberba e orgulho se escondem em um aparente zelo pela palavra. Ai o inacreditável acontece … passamos a odiar, difamar, caluniar e destruir as pessoas que discordam de nós. Concluímos que nós somos os guardiões da verdade! Que a forma como eu entendo as escrituras é a correta e assumimos um papel que não nos cabe – de julgarmos ao próximo usando a nossa teologia como um perfeito instrumento de aferição. E assim, em nome do amor odiamos. Em nome da Igreja ferimos o próprio corpo de Cristo. Em nome de interpretações bíblicas desobedecemos as instruções claras e diretas da bíblia sobre o amor, a mansidão, o domínio próprio ou a longanimidade. É como o ditado que diz: Acabamos matando o boi para exterminar o carrapato.
A história de Joabe sempre me fala muito ao coração como uma advertência prática. Joabe foi o comandante dos exércitos do Rei Davi. Sempre à frente das campanhas militares, alcançou um merecido status no reino por sua valentia, bravura e aparente fidelidade ao rei. Um homem de guerra, pronto para defender a Israel contra qualquer inimigo ou traidor. Foi o que aconteceu quando ele matou a Abner, que não havia apoiado a passagem do reino a Davi e seguiu ao filho de Saul – Is-Bosete. Da mesma forma, quando Absalão tentou usurpar o reino de Davi colocando Amasa como seu comandante … Joabe não hesitou quando com uma mão segurou na barba de Amasa para o beijar e com a outra enfiou a espada no seu abdômen derramando no chão as suas entranhas. Matou os traidores do reino, julgando com isso que estava cooperando com o propósito de Deus. Mas leia com atenção o final da história de Joabe. Quando Salomão filho de Davi assumiu o trono, ele sentencia a morte de Joabe dizendo em I Rs 2:32 … “Assim o Senhor fará recair a culpa de sangue de Joabe sobre a sua cabeça, porque arremeteu contra dois homens mais justos e melhores do que ele, e os matou à espada, sem que meu pai Davi o soubesse.” Joabe não perguntou ao Rei o que deveria fazer … impulsivamente ele deduziu que deveria eliminar àqueles que não tinham a mesma devoção que ele tinha pelo seu rei. Mas, essa expressão, sempre fica ecoando em meu coração … “homens mais justos e melhores”. Joabe olhava o exterior .. o Senhor Deus, no entanto, olha o interior. Esse é o importante conselho que Paulo dá em I Co 4:5 quando diz: “nada julgueis antes do tempo, até que venha o Senhor, o qual não somente trará à plena luz as cousas ocultas das trevas, mas também manifestará os desígnios dos corações; e então, cada um receberá o seu louvor da parte de Deus” I Co 4:5. Cuidado, você pode estar desprezando pessoas por causa da doutrina diferente da sua mas que são mais justas e melhores do que você…
Fico pensando no Tribunal de Cristo … será que, naquele dia, o Senhor avaliará qual é a nossa cartilha teológica? Será que seremos avaliados pela doutrina certa acerca das coisas? Será que aquele que sonda mente e coração está interessado em conhecimento ou em obediência? Em informação ou em formação de caráter? Religião ou Realidade?
Assim como aconteceu com aquela figueira a beira do caminho de Jerusalém. Um dia também o Senhor Jesus se aproximará de mim para colher os frutos que foram produzidos ao longo da minha história. Será que encontrará o que procura para comer ou encontrará apenas folhas de uma vida que não aprendeu a viver?
“Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo.” II Co 5:10
Nostalgia
“As minhas lágrimas têm sido o meu alimento dia e noite, enquanto me dizem continuamente: O teu Deus, onde está? Lembro-me destas cousas e dentro em mim se me derrama a alma – de como passava eu com a multidão do povo, e os guiava em procissão à casa de Deus, entre gritos de alegria e louvor ” Sl 42: 3 – 4
Mesmo já estando no dia 10 de janeiro, é bem possível que na sua cidade ou vizinhança ainda consiga ver luzes e decoração de natal piscando durante a noite -. isso me dá um sentimento estranho, tenho a sensação de que o clima já passou, as festas acabaram, já recebemos os presentes, já nos encontramos com a família e já vimos os fogos do ano novo. Todas essas coisas ficaram pra trás, agora começamos a nos preocupar em pagar os impostos do início do ano e fazer a matrícula dos filhos na escola. A rede Globo começa a falar do novo big brother e tocar a música dos novos enredos de carnaval … e, mesmo assim, passamos pela rua e vemos algumas teimosas luzinhas de natal piscando por aí.
Esse meu sentimento pode ser definido como Nostalgia – palavra em português que é a junção de duas palavras gregas que significam algo como “a dor gerada pelo desejo de voltar para casa” . Os gregos usavam a expressão Nostalgia para descrever a tristeza que as pessoas sentiam por estarem distantes do seu lar. Atualmente, usamos essa expressão para manifestar o sofrimento causado pela falta de alguma coisa que não temos mais. É a sensação de saudade originada pela lembrança de pessoas, momentos ou lugares que vivenciamos mas que agora não estão mais conosco.
Penso que a nostalgia faz parte do nosso existir. Termos saudades de coisas passadas é sinal de que vivemos a vida. Mas, a saudade, também nos lembra da inexorável ampulheta do tempo … ciclos, fases, pessoas vão passando pela nossa história e sentirmos falta é uma das experiências mais humanas que podemos ter.
Agora, o meu grande medo é quando eu fico nostálgico com as coisas que envolvem meu relacionamento com o Senhor. Quando eu leio a biblia mas ela já não me fala mais. Quando os cânticos não aquecem meu coração. Quando eu não consigo ouvir a voz de Deus em oração. Quando não tenho nenhum prazer ou alegria de estar com os irmãos. Quando hábitos abandonados e velhos pecados tornam-se meus melhores amigos… Os fundamentos que dirigiam anteriormente a minha fé vão se tornando elementos fora de moda. Coisas do passado. Não tem nenhuma conexão com o meu presente. São como luzes de natal em Janeiro.
A grande notícia para nós é que em Cristo o natal jamais termina. Podemos e devemos desfrutar de um renovo que não tem fim. Se todas as coisas passam e acredite elas passarão, o Senhor permanecerá para sempre. Quando voltamos para a casa do pai a nostalgia acaba. A dor da falta e da ausência é substituída pela alegria da presença e doçura da comunhão.
Não aceite ou se conforme com uma vida cristã nostálgica. Volte hoje para os braços do Pai e experimente, mais uma vez, a experiência singular de se perceber seguro e acolhido em Deus.
“Então a virgem se alegrará na dança e também os jovens e os velhos: tornarei o seu pranto em júbilo e os consolarei: transformarei em regozijo a sua tristeza. Porque satisfiz à alma cansada, e saciei a toda alma desfalecida.” Jeremias 31: 13,25
Empurrando o carro
“Fazei e guardai, pois, tudo quanto eles vos disserem, porém não os imiteis nas suas obras, porque dizem e não fazem.” Mateus 23:3
Certa vez, Um grupo de pessoas fez a seguinte experiência: colocaram um carro enguiçado na rua e uma pessoa parada ao lado pedindo ajuda… esperaram por alguns minutos e ninguém parou para ajudar. Depois pegaram o mesmo carro, a mesma pessoa na mesma rua e, ao invés de ficar parada pedindo ajuda ela começou a empurrar o carro … em pouco tempo outras pessoas se apresentaram para ajudar.
Não precisaríamos fazer uma experiência como essa para saber, intuitivamente, essa verdade: pessoas se identificam e se solidarizam muito mais com aqueles que estão tentando do que com aqueles que estão simplesmente apontando o problema.
A Bíblia nos mostra que nossas palavras necessitam andar de mãos dadas com o nosso comportamento. Esse é o testemunho sobre o Senhor em Atos 1:1 quando Lucas diz das cousas que Jesus começou a fazer e a ensinar ou quando João Batista enviou mensageiros para conversar com o Senhor. Ele responde “ide, anunciai a João o que estais ouvindo e vendo:” Paulo escrevendo aos Filipenses ele pede para que se lembrassem das coisas que eles ouviram e viram nele” da mesma forma na sua última carta,falando a Timoteo ele diz: “tu porém, tens seguido de perto o meu ensino e procedimento”. A proclamação do evangelho é muito mais do que palavras que se pregam é uma vida que se vive. E essa é a critica do texto do inicio desta meditação quando o Senhor fala dos fariseus … teoria nota 10 prática nota zero. Ensinam sobre o amor mas não amam. Reclamam da falta de compromisso dos outros mas eles mesmos não se consagram. Ficam na periferia murmurando e criticando tudo e todos. Sempre, claro, envolvendo suas observações em uma falsa aparência de piedade.
Muitas vezes a vida de igreja parece com um carro enguiçado. O que era para ser não é e tudo parece estagnado. Enxergamos os problemas e ai podemos reagir de duas formas: ou ficamos murmurando e reclamando da situação e das pessoas ou começamos a empurrar o carro sabendo que alguma coisa precisa ser feita. É como se diz: a mudança que espero nos outros começa primeiramente dentro de mim.
Tenho a impressão que se você decidir agir mais do que falar acontecerá duas coisas: A primeira é que, com o tempo, outras pessoas, encorajadas pelo seu exemplo, começarão a empurrar o carro junto com você. E a segunda coisa é que você perceberá que outros irmãos já estavam empurrando o carro muito antes de você começar.
“Não amemos de palavra nem de língua mas de fato e de verdade” I Jo 3: 18
A melhor parte
“Indo eles de caminho entrou Jesus num povoado. E certa mulher, chamada Marta, hospedou-o na sua casa. Tinha ela uma irmã chamada Maria, e esta quedava-se assentada aos pés do Senhor a ouvir-lhe os ensinamentos. Marta agitava-se de um lado para outro, ocupada e muitos serviços. Então se aproximou de Jesus e disse: Senhor, não te importas de que minha irmã tivesse deixado que eu fique a servir sozinha? Ordena-lhe, pois que venha ajudar-me. Respondeu-lhe o Senhor: Marta! Marta! andas inquieta e te preocupas com muitas cousas. Entretanto, pouco é necessário, ou mesmo uma só cousa: Maria, pois, escolheu a boa parte e esta não lhe será tirada.” Lucas 10: 38 – 42
Talvez você já tenha escutado alguém, ao fazer uma reflexão sobre esse texto dizer, que mais importante do que servir ao Senhor é estar aos seus pés. Isso é, em qualquer perspectiva, uma verdade absoluta porque podemos trabalhar para o Senhor sem estarmos aos seus pés. Porém quem estiver aos seus pés inevitavelmente trabalhará para Ele.
O problema que surge é que, muitas vezes parece existir a necessidade de fazermos uma escolha: ou somos como Marta ou somos como Maria. Temos de escolher: ou trabalhamos ou ficamos parados aos seus pés. Isso tem levado alguns de nós a uma vida cristã pouco prática e até mesmo ociosa. Nos contentamos com uma experiência basicamente contemplativa e pouco operosa. Lendo Tiago capitulo 2 vemos claramente, que qualquer bom observador da nossa vida pode concluir o que nós realmente cremos, não pelo que falamos mas pelo que fazemos. Tiago diz: eu com a minhas obras te mostrarei a minha fé.
De maneira que não penso que o propósito da história de Marta e Maria seja nos mostrar que essas duas dimensões (trabalho e contemplação) não possam andar juntas.Creio que essa história nos revela o perigo de termos um coração dividido.
Lucas começa nos apresentando Marta: é ela quem hospeda ao Senhor e com sinceridade ela se ocupou em servi-Lo em muitas coisas. Até o momento em que Marta para de olhar para o Senhor e começa olhar para a sua irmã… E ao olhar para a sua irmã – se comparou. E ao se comparar – se incomodou. E ao se incomodar – reclamou. E ao reclamar – Ela ordenou ao Senhor que ordenasse o que a sua irmã deveria fazer.
E é nessa situação que o Senhor Jesus corrige o coração de Marta. Porque ela havia tirado os seus olhos do Senhor e passou a olhar para os lados. E quando servimos a Deus olhando para as pessoas e não para Ele, nós perdemos a boa parte. Passamos a nos sentir superiores que os outros. Tiramos conclusões e julgamos ao próximo tendo o nosso serviço como referência. Passamos a reclamar uns dos outros e dizer o que o outro deve fazer. Pense no constrangimento que Marta passou. É como se o Senhor Jesus a corrigisse dizendo “não me diga o que devo ordenar, mas se eu fosse ordenar alguma coisa para alguém seria para você Marta… e eu te ordenaria que você olhasse apenas para mim e aquietasse o seu coração:”
O texto diz que Maria ficava aos pés do Senhor ouvindo os seus mandamentos. De maneira que eu tenho para mim, que se Marta não tivesse falado nada e com alegria continuasse a servir ao Senhor, em algum momento o Senhor Jesus falaria para Maria: “agora se levante e vá ajudar a sua irmã”. Então teríamos essas duas mulheres servindo e contemplando apenas o Senhor com alegria e integridade de coração.
Minha oração é que assim como Marta eu me ocupe em servir ao Senhor Jesus em muitas coisas mas, que assim como Maria, eu sempre esteja aos seus pés olhando apenas para Ele.
“Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como para o Senhor” Cl 3:23
Com vergonha do evangelho
“não me envergonho do evangelho porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” Rm 1:16
Certa vez eu li o relato de um pastor que participou de uma reunião de jovens em uma igreja lá nos Estados Unidos. onde ele diz mais ou menos o seguinte:
“Entrei em um tipo de loft que combinava diversos elementos: fliperama, cafeteria, clube de dança e recreação. A sala pulsava energia com uma sensação de felicidade. Alguns jovens estavam jogando playstation outros estavam largados no sofá vendo seus celulares enquanto que outros estavam conversando ao redor de uma mesa cheia de guloseimas. Após algum tempo, todos eles se reuniram para o início do culto. Começou então uma adoração comunitária . Uma banda barulhenta ocupava o palco central. A banda conduzia o grupo por uma sequência incitante de canções de louvor triunfantes e depois por uma sequência de meditações introspectivas. Abruptamente, eles pararam de tocar e um grupo de teatro subiu no palco para aliviar a atmosfera e comunicar a todos que seguir a Jesus pode ser divertido. Depois disso um pastor jovem e moderno trouxe uma mensagem onde, resumidamente, ele dizia “não beba” “não fume” e principalmente “não faça sexo” tudo isso com uma grande preocupação de não parecer careta nem soar uma coisa chata. Após terem recebido uma mensagem vagamente bíblica os jovens foram dispensados com promessas de mais divertimento na semana seguinte.”
A turma que nasceu após o ano 2000 é conhecida na literatura como a geração Z ou os nativos digitais. Eles não sabem o que é um mundo sem internet, são multimídia, multitelas e por isso mesmo, conquistar a atenção deles não é nada fácil. Os pais desses jovens possuem uma honesta preocupação de que seus filhos saiam da igreja e abandonem a fé. Mas, se a intenção é correta os meios escolhidos são perigosos e insuficientes. Porque transformamos o ministério de jovens em uma tentativa de lhes oferecer o próprio mundo envelopado na religião cristã na tentativa que isso consiga os segurar na igreja.
O remédio que se oferece aos jovens poderá, no futuro, tornar-se em um veneno. Porque se a tentativa é oferecer as coisas do mundo em doses homeopáticas chegará um momento em que o jovem descobrirá que poderá experimentar todas essas coisas de uma forma mais liberada fora da igreja. Não oferecemos entretenimento, isso o mundo oferece melhor do que nós. Não oferecemos diversão, vida social ou experiências sensoriais … oferecemos o evangelho eterno e imutável de Deus que nos liberta de um império e nos transporta para pertencermos a um outro reino.
Precisamos enfrentar essa realidade com coragem e temor porque manter nossos jovens presos no prédio da igreja não é, de modo algum, sinônimo de torná-los prisioneiros de Cristo. O preço a ser pago para se tornar um discípulo de Cristo é altíssimo porque o custo é a própria vida. Por isso que o Senhor já nos avisou que a porta é estreita e apertado o caminho que conduz para a vida e são poucos que se acertam com ela.
Não devemos nos envergonhar do evangelho de Deus como se fosse insuficiente para os nossos jovens ou desatualizado para os dias de hoje. Não devemos omitir as duras verdades do evangelho com medo de que o nosso ouvinte fique chateado ou pense que somos radicais demais. Que o Senhor nos livre de fazermos concessões ou adulterações na sua palavra na tentativa de tornar o convite de Cristo mais agradável e palatável a quem quer que seja.
A Igreja, como nação santa, como povo de propriedade exclusiva de Deus, dá esse testemunho … vivemos para Cristo. nós nos reunimos por causa de Cristo, servimos e amamos uns aos outros por causa de Cristo. Se isso parece loucura para alguns, para nós é poder e sabedoria de Deus.
“nós pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os gentios; mas para os que foram chamados, pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus” I Co 1: 23,24
Prontos para ouvir
“Todo homem, seja pronto para ouvir e tardio para falar” Tiago 1: 19
Vivemos a era digital. Nossas interações estão cada vez mais sendo pautadas pelas redes
sociais e mensagens via WhatsApp. Paramos de olhar no olho do outro e de investir tempo
de qualidade nos nossos diálogos. Somos apressados no falar. Apenas nossa opinião e
sentimentos importam. Temos invertido a orientação bíblica. Somos prontos para falar e
tardios para ouvir. Com isso nossos relacionamentos estão se tornando cada vez mais
superficiais e individualistas.
Precisamos voltar a considerar o conselho bíblico: não importa se você é pai, mãe, pastor,
presidente, diretor … todo homem deve estar pronto para ouvir. Agora, é preciso esclarecer; ouvir é muito mais do que escutar é criar conexão emocional com o próximo. Para que isso aconteça eu gostaria de te dar algumas sugestões:
Quando estiver conversando com alguém, transforme essa pessoa no centro da sua atenção. Ela deve ser a única coisa que importa para você naquele momento. Faça todo o esforço de entender a situação na perspectiva dela. Sinta o que ela está sentindo. Não a interrompa. Ultrapasse as palavras, ouça o seu coração e a sua alma esforce-se para perceber o que ela está tentando transmitir. Não se apresse em opinar, repreender ou orientar. Você nunca compreenderá a outra pessoa se a sua interação for apenas na superfície … transitando apenas no nivel das palavras. Lembre-se que algumas coisas têm sentidos diferentes para as pessoas. Então ouça com muita sensibilidade. Procure entender como a outra pessoa está se sentindo e não como você se sente por causa do problema dela. Não a escute dentro do seu próprio marco de referência, filtrando o que te interessa pelo filtro dos seus próprios sentimentos. Não suponha, não deduza. Se tiver dúvida, pergunte. Descubra o que ela realmente está querendo dizer, qual é o motivo e o sentimento que a levam sentir-se dessa maneira. Não tente ver os problemas do outro pelo filtro que você enxerga os seus. Mas tente enxergar pelo filtro que a outra pessoa está vendo. Dê a oportunidade da pessoa se esvaziar e falar desimpedidamente.
Você se lembra da experiência de Jó? o Senhor Deus aguarda Jó e seus amigos falarem tudo o que queriam. E apenas depois que a Bíblia diz: “fim das palavras de Jó“ é que o Senhor fala e faz suas considerações. O Senhor Deus como um bom ouvinte, esperou Jó se esvaziar e expor tudo o que estava sentindo para só então preencher o seu coração quebrantado com palavras transformadoras.
O nosso desafio é enorme. Porque fazemos parte de uma geração que perdeu a habilidade de ouvir empaticamente. Escutamos mas não ouvimos. Entendemos mas não discernimos. Ficamos impacientes porque ouvir ao outro parece ser uma perda de nosso precioso tempo. E manifestamos nosso desinteresse através da pressa em estabelecer e falar o nosso pensamento. O nosso egoísmo emocional nos impede de chorar com os que choram e de se alegrar com os que se alegram. Não é de se estranhar que, geralmente, o nosso falar se torna em um discurso vazio. E, não raro, destruímos ao invés de edificar.
Ser pronto para ouvir é, com o máximo de diligência e compaixão possível, se identificar com as limitações, dores, pecados e tristezas do próximo. E quando conseguimos criar essa verdadeira conexão no diálogo … então, finalmente, estaremos prontos para falar, esperando e dependendo que, ao abrirmos a boca seremos apenas um instrumento do próprio Espírito Santo de maneira que venhamos abençoar , de verdade , uma outra pessoa.
“Como maçãs de ouro em salvas de prata assim é a palavra dita a seu tempo” Pv 25:11
A vitória dos derrotados
“ E sendo acusado pelos principais sacerdotes e pelos anciãos, nada respondeu. Então lhe perguntou Pilatos: não ouves quantas acusações te fazem? Jesus não respondeu nem um palavra, vindo com isto a admirar-se grandemente o governador.” Mt 27:12 – 14
Não sei você, mas sempre tive uma ideia – talvez influenciado por filmes e televisão, mas eu pensava de que uma pessoa com muita sabedoria, conhecimento ou, no caso de um cristão, com discernimento espiritual, jamais poderia perder uma discussão. Ou, melhor, ela teria a capacidade de desconstruir a opinião ou as ideias de qualquer oponente provando para os seus ouvintes que “um homem de Deus” sempre prevalece diante de um embate.
Até que um dia, lendo o livro Ortodoxia de G.K. Chesterton, ele disse uma coisa muito interessante: : ele observou que se uma pessoa sã discute com um louco, é extremamente provável que tal pessoa leve a pior, pois, sob muitos aspectos, a mente do louco não se atrapalha com as coisas que acompanham o bom juízo. Ela não tem compromisso com a verdade ou com o bom senso. De modo que a sua abordagem torna-se impossível de ser rebatida por alguém que usa a sanidade como uma bússola moral.
É difícil expressar como isso me ajudou. Tais palavras entraram iluminando o meu entendimento e me trouxeram uma profunda e verdadeira libertação. Naquele dia, eu entendi que, muitas e muitas vezes ou senão todas as vezes em que um piedoso conversar com um ímpio ele se calará. Isso porque, como servo da luz ele respeitará o próximo. Se recusará a ofendê-lo ou como é comum nas discussões, ele não extrapolará os limites da honra insinuando mentiras, difamações ou calúnias. Por outro lado, o ímpio, que não teme as consequências das suas palavras, abrirá a sua boca propalando arrogâncias, ofensas e ódio.
Posso entender melhor o silêncio do nosso Senhor Jesus quando esteve diante do Sumo Sacerdote, de Herodes e de Pilatos. Ao contrário do que o conceito de persuasão terrena pode julgar o Senhor da Glória, o verbo de Deus, sabia que existem muitas situações que não são resolvidas com palavras. Ao se calar, o Senhor falou muitas coisas. Uma delas é a clara percepção de que as coisas espirituais se discernem espiritualmente e não através da razão humana.
Uma das coisas mais terríveis que pode acontecer conosco é pagarmos mal com mal. Ofensa por ofensa. Calúnia por calúnia. Ameaça por ameaça. Quando isso acontece o mal vence e Satanás alcança o seu propósito de destruir tudo e todos os envolvidos. Acabamos nos nivelando por baixo, usamos as mesmas armas das trevas, desejamos produzir no outro a mesma dor e morte que ele está tentando causar em nós.
Podemos até sair de uma discussão entre aspas com a “alma lavada” por ter falado algumas verdades na cara da pessoa. Imediatamente, começamos a buscar desesperadamente a nossa auto-justificação no esforço de encontrarmos uma absolvição para nossa conduta. O perigo desse processo em nossos corações é que podemos ficar
cada vez mais insensíveis aos outros nos tornando pessoas com uma consciência cauterizada sempre preparados e dispostos a uma boa briga. Como Paulo diz a TIto: nos tornamos odiosos e odiando-nos uns aos outros. Casamentos são destruídos, pais e filhos se afastam, a fraternidade entre os irmãos desaparece isso tudo porque, muitas vezes, não conseguimos ficar calados.
Aparentemente, para os distraídos ou para os de fora, poderá até parecer que você é uma pessoa fraca. Mas isso é muito pequeno comparado com a paz interior que o Espírito Santo produz. Com a sensação de que o mais importante é testemunhar das coisas santas do caráter de Deus.
Precisamos entender que o Reino de Deus não se regula nos mesmos termos que o reino dos homens. Então, no Reino de Deus, o maior é o menor, quem tem autoridade é o que serve, o rico é o que se faz pobre. Quem quer preservar a sua vida , perde e quem decide morrer, vive. Os primeiros serão os últimos e os últimos serão os primeiros.
De maneira, que devemos andar de modo digno nesta terra sob a perspectiva dos valores morais e espirituais do nosso Senhor. Então vamos perceber que muitas vezes nós ganhamos mas perdemos. E, não raro, muitas vezes nós perdemos, mas na verdade, nós ganhamos.
“ porquanto para isto mesmo fostes chamados, pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos, o qual não cometeu pecado nem dolo algum se achou em sua boca, pois ele, quando ultrajado não revidava com ultraje, quando maltratado não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga retamente“ I Pe 2:21 – 23
Sê tu uma bênção
“Disse o Senhor a Abraão: sai da tua terra e da tua parentela e da casa de teu pai, e vai para a terra que te mostrarei; de ti farei uma grande nação e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma benção; e em ti serão benditas todas as famílias da terra.” Gn 12 : 1 – 3
Você exerce maior influência no outro do que pode perceber. E essa influência é como uma força que gera as pressões que tentam modelar os nossos corações. Existe a força do amor mas também a força do ódio. A força da rejeição mas também a força do acolhimento. E essas forças estão inerentes e permeiam todos os nossos relacionamentos.
Por exemplo, estudiosos do comportamento humano, descobriram que, apenas pelo fato de um professor dizer ao seu aluno que ele tem um QI alto aquele estudante melhora o seu QI só para corresponder ao reconhecimento e a expectativa do professor. Destacar o melhor das pessoas traz o melhor delas para fora. Mas o contrário também é verdadeiro. Quando vemos e destacamos apenas o pior de uma pessoa isso também traz para fora o pior dela.
De muitas formas nós podemos produzir o pior no próximo: a difamação, calúnia, maledicência são maneiras muito contundentes de demonstrar rejeição e condenação para com uma outra pessoa. Por outro lado, palavras de vida, encorajamento, perseverança e esperança podem produzir ânimo em um coração aflito.
Recentemente ouvi sobre uma passagem da história de Thomas Edison – talvez uma das mais brilhantes mentes norte-americana. Ele era o filho caçula de sete irmãos e a sua mãe, uma ex-professora, se dedicava na criação de seus filhos em tempo integral. Quando Thomas Edison tinha sete anos ele chegou em casa com uma carta escrita pelo colégio e disseram a ele que apenas a sua mãe poderia ler. Thomas entregou a carta para sua mãe e ela a leu. Enquanto lia a carta ela começou a chorar e olhando para Thomas disse: “filho, sabe o que a carta diz? Diz que você é uma pessoa extraordinária e nenhum dos seus colegas é igual a você. A escola me pediu para que , a partir de hoje, eu te ensine porque ela já não o consegue fazer. Então a partir de amanhã você não voltará mais por lá”. Então a mãe começou a ser a sua professora e a ensinar ao pequeno Thomas. Pouco a pouco Thomas Edison começou a criar uma paixão pelos estudos e, cada vez mais, devorava e estudava todos os livros que lhe eram oferecidos. Aos 12 anos já começara a fazer suas primeiras experiências e tornou-se o inventor que conhecemos a história. Quando ele estava com 24 anos sua mãe morreu. E enquanto a sua família estava arrumando o quarto e limpando os armários, Thomas encontrou a cartinha que sua mãe havia recebido da escola. Quando ele leu a carta, para lembrar de um momento tão marcante da sua infância, Thomas Edison também chorou. Porque a carta não dizia o que a sua mãe deu a entender a ele. A carta dizia que Thomas Edison tinha um retardo mental e uma enorme dificuldade de aprendizagem e que ele estava atrapalhando os demais alunos. De maneira que o colégio estava comunicando o desligamento dele e que a partir daquele dia não seria mais aceito por lá.
Nós escolhemos que tipo de força iremos exercer nas pessoas ao nosso redor. Podemos ser opressores ou libertadores, fontes de água salgada ou fontes de água doce. Podemos escolher produzir vida ou produzir morte.
Em última instância, e talvez a mais importante, eu percebo que escolher abençoar ao meu próximo é um reflexo da própria vida de Deus em mim. Porque lá na Cruz, por meio da obra do Senhor Jesus, Deus decidiu me abençoar e me livrar de toda maldição. Ele me pegou nu, sujo e miserável , me lavou, me purificou e me vestiu com vestes de salvação. De maneira que, quando você, abençoa alguém, você compartilha o mesmo que recebeu e ainda tem recebido de Deus. Ao abençoar o meu próximo eu estou dizendo pra ele que eu, assim o faço, porque Deus fez isso comigo também.
E assim como aconteceu com Abraão, o Senhor Deus não nos abençoa com um fim em nós mesmos. Deus abençoou a Abraão para que, por meio dele, todas as nações fossem abençoadas.
Em uma época em que muitos estão buscando as bençãos … o Senhor procura pessoas que desejam ser uma benção. Pessoas que são luz, sal e que manifestam a fragrância do bom perfume de Cristo.
Ser uma benção é uma resoluta decisão de permitir que o próprio Deus me use nessa urgente batalha pelo resgate da dignidade humana.
Então que seja assim: não mais eu mas Cristo em mim.
“finalmente , sede todos de igual ânimo, compadecidos, fraternalmente amigos, misericordiosos e humildes, não pagando mal por mal, ou injuria por injurias; antes, pelo contrário, bendizendo, pois para isto mesmo fostes chamados, a fim de receberdes benção por herança” I Pe 3:9